Üritus: François K x Rui Vargas

Üritus: François K x Rui Vargas

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Dez anos. Dez anos pode parecer uma eternidade para nós: é mais ou menos há quanto tempo François K não passa pela nossa cabine. Na sua carreira, no entanto, dez anos podem ser apenas um mísero grão de pó, de tão numerosos e frutíferos são os anos que o francês dedicou à música de dança e ajudou à revolução global da música House.
Se em teenager era ser baterista o que o deslumbrava, quando em 1975 se muda para os Estados Unidos lá tentou uma mãozinha como DJ, e acertou. Começaram então os “edits”, corta e cola da fita das músicas para lhes dar um cunho e jeito mais pessoal, e passou para as remisturas já com selo oficial e que ajudariam a vincar o “som de Nova Iorque” da altura – as suas versões de “Go Bang” de Dinosaur L e “Situation” de Yazoo são óptimos exemplos.
Pelo caminho passa como DJ convidado em sítios lendários como o The Loft, Paradise Garage ou Studio 54 e teve mesmo uma residência no Club Zanzibar em Nova Jérsia.
Em 1996 ajuda a criar algo que influenciou positivamente a vida de milhares de clubbers e DJ. Body & SOUL foi a festa que mudou os domingos – e as almas – de tanta gente, e onde François K alinhava ao lado de Joe Claussell e Danny Krivit para uma mescla de música especial, tão especial que inspirava o ambiente e por ele era inspirado, música para os pés e para a cabeça, com o orgânico e espiritual a saltarem para a ribalta.
Já escrevemos tanto e ainda falta tanto para a frente. O que realçar? Que François K não parou no tempo: ajudou a transformá-lo. Podemos encontra-lo associado a coisas tão distintas como o festival Burning Man, o club Tresor ou o Fabric, o jogo de vídeo GTA IV (para onde gravou uma mistura contínua), a expansão Body&SOUL para o formato tour, remisturas para Moloko ou Nina Simone. François não para.
Passados estes quase dez anos (onde nos visitou para uma das noites de celebração do 10º aniversário do Lux), estamos em pulgas para receber de volta alguém que tem tanto de lenda viva como de criador activo. Longe de ficar agarrado a uma época ou som específicos, François K caminha com a novidade e não tem medo de nos proporcionar a sua visão do melhor do House e Disco aqui mesmo em 2017.
- Inês Duarte


\\ ENGLISH //


Ten years. Ten years might seem like a lot for us: it’s more or less for how long François K hasn’t visited us. However, in his whole career, ten years might be equivalent to a grain of dust, so numerous and fructiferous are the years of his life the Frenchman has dedicated to dance music and helping the global House revolution.
As a teenager, being a drummer was his thing. But when he moved to the United States in 1975, he tried his hand at DJing and really got a thing for it. Then he started his edits, cutting and pasting tapes to give a more personal sound and approach to songs, and then he went on to doing official remixes which would help shape that time’s “sound of New York” – his remixes of Dinosaur L’s “Go Bang” and Yazoo’s “Situation” are a perfect example of this.
Along the way, he’s featured as a guest DJ in legendary clubs such as The Loft, Paradise Garage or Studio 54 and lands a residency at Club Zanzibar in New Jersey.
In 1996 he helped create something that positively influenced the life of millions of clubbers and DJs. Body & SOUL was the party that changed the Sundays – and the souls – of so many people forever and where François K played along Joe Claussell and Danny Kravit, pumping out a mix of special music, so special that inspired a mystical ambience, music for your feet and your head with the organic and spiritual sides stealing the show.
We’ve written so much already and yet there’s so much to go yet on this timeline. What to highlight? That François K. didn’t get stuck in time: he helped transform it. We can find his name connected somehow to things so diverse as Burning Man festival, clubs Tresor or Fabric, the GTA IV video game (having recorded a continuous mix for it), the expansion of Body & SOUL to a tour format, remixes for Moloko or Nina Simone. François doesn’t seem to want to stop.
With almost ten years gone by (he was last with us in one of the nights that celebrated Lux’s 10th year anniversary), we can’t contain the excitement of hosting back someone who has as much of a living legend status than that of an active creator. François K shies away of holding one to an era or specific sound, he walks with innovation and is not afraid to provide us with his vision of the best in House and Disco, right here in 2017.
- Inês Duarte